Todas as coisas crescem com amor

10/02/2015 09:27

Naquele tempo, eu ensinava em uma escola particular montada dentro de uma fascinante mansão de pedra. Toda manhã, às nove horas, todos os alunos se reuniam em uma grande sala para uma preparação metafísica para o dia.

53 crianças, variando na idade de três a sete anos, sentavam-se em cadeiras coloridas feitas sob medida ou, sob a luz do sol, no grosso tapete. Cada brilhante rostinho era iluminado por pensamentos e por sentimentos positivos.

Uma manhã a diretora anunciou a todas as crianças reunidas,

- Hoje nós começaremos uma grande experiência.

 

Levantou duas pequenas plantas, ambas em vasos idênticos.

 

- Aqui nós temos duas plantas, viram? Ela continuou.

Todas as crianças assentiram solenemente. Eu também, pois nessas horas eu também era uma criança.

 

- Nós daremos às plantas a mesma quantidade de luz, a mesma quantidade de água, mas não a mesma quantidade de carinho e atenção. - ela disse - . Juntos, nós veremos o que acontecerá quando nós colocarmos uma planta na cozinha, longe de nossa atenção, e a outra planta bem aqui, neste quarto, perto da lareira.

 

Colocou uma planta na borda de madeira branca perto da lareira e foi com as crianças até a cozinha onde deixou a outra planta. Depois, levou as crianças de volta ao quarto.

 

- Todo dia durante o próximo mês, nós cantaremos para a nossa planta na lareira. - disse - Falaremos o quanto nós a amamos, como ela é bonita. Usaremos nossas mentes para passar bons pensamentos para esta planta.

 

Uma das crianças menores pulou e disse,

- Mas e a plantinha lá fora? Apontou um dedo para a cozinha.

 

A diretora sorriu e respondeu,

- Nós usaremos a planta da cozinha como 'controle' de nossa grande experiência. Você acha que funcionará?

- Nós não vamos falar com ela?

- Nem um sussurro.

- Nós não mandaremos nenhum pensamento bom?

- É isso. E aí veremos o que acontece.

 

Quatro semanas mais tarde meus olhos estavam tão arregalados e descrentes quanto os das crianças. A planta da cozinha parecia doente e não tinha crescido. Mas a planta do quarto, que tinha recebido atenção e pensamentos e palavras positivas, tinha triplicado no tamanho com folhas largas que pareciam vibrar com a energia das canções, palavras e pensamentos.

 

A fim de provar a experiência - e também para secar as lágrimas das crianças que temiam pela vida da outra planta - o vaso da cozinha foi resgatado de seu confinamento solitário e trazido para juntar-se ao outro, mas na extremidade oposta do quarto.

 

Depois de três semanas, a segunda planta quase tinha alcançado a primeira. Depois de quatro semanas, não podiam ser diferenciadas uma da outra.

Eu guardei esta lição em meu coração e tirei minha própria conclusão: Todas as coisas crescem... com amor.

 

(Tradução de Sergio Barros do texto de Joan Bramsch)