A Alma em guerra
O mundo talvez esteja em guerra, e homens em conflitos, sua rua em desordem, sua cidade em chamas, calçadas vazias... praças em solidão, vidas aos gritos.
Tudo é desarranjo, desconcerto, imensa confusão.
Os olhos em desespero... buscam ternura, vagam em desalinho, procurando abrigo, respostas, procurando um caminho, em sofreguidão.
São dias de tormenta, vendavais, noites em desalento, que tudo passa, muda e atravessa o tempo.
São instrumentos de evolução, transformam o humano, aperfeiçoa corações, em sofrimento.
Mas não é ainda a pior das guerras: a que aniquila o sonho, obstrui os vôos, impede os saltos.
Porque a pior delas... esconde, disfarça em medos, dentro de sua própria alma. E isto é guerra...
E é preciso que crie uma estratégia para invasão, planeje os combates, ataque em noites de silêncio,
assalte em madrugadas de ocupação, e que tudo seja para vencer os conflitos existenciais, os inimigos utópicos, os medos imaginários.
Que possa invadir sua própria alma, e aniquilar os confrontos pequenos.
Que resista, persevere, tenha resiliência aos reveses do destino, e não permita guerras íntimas, desconforto de alma, ausência de coragem, e não tenha medo de ser feliz.
E quando olhar o mundo e deparar com os seus horrores, não atemorize, ofereça flores.
Prepare sua alma para defrontar com a intolerância, com a indiferença, a arrogância, se um dia, em companhia, chegar a dor...possa oferecer amor.
Texto: Ari Mota